quarta-feira, 20 de novembro de 2013

20112013

Sempre achei as perspectivas diferentes que as outras pessoas nos trazem são sempre uma forma de crescimento e de evolução pessoal. Que as passagens, sejam elas breves ou duradouras, das outras pessoas na nossa vida, são uma fonte abundante de aprendizagem. Que há sempre uma razão pela qual recebemos tantos inputs de diferentes personalidades, formas de estar, formas de olhar as coisas, hábitos, crenças. Que a fusão de diferentes vivências e backgrounds e o confronto das mesmas com as nossas próprias experiências e backgrounds, é fundamental. E que a selecção adequada do que retiramos de todas essas
situações e pessoas, faz da vida o que ela é.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Der Himmel kann warten - Teil 2


"How much do I not give a fuck?
Let me show you right now 'fore you give it up!"

Arca Focus (Stretch 1, 2012)
James Blake Retrograde (Overgrown, 2013) 
Moby Blindness (Everyone Is Gone, 2013)
Natalie Imbruglia Leave Me Alone (Left Of The Middle, 1997)
Kanye West On Sight (Yeezus, 2013)
Arca Ass Swung Low (Stretch 1, 2012)
Kylie Minogue Chocolate (Body Language, 2003)
Francois-Rene Duchable Prelude, Op. 28, No. 4 (Frédéric François Chopin, 1839)










sexta-feira, 26 de julho de 2013

«O Ano da Morte de Ricardo Reis», José Saramago - algumas citações Parte II


Confesso que quando dei com este livro numa das minhas prateleiras, na busca espontânea de algo para ler, depois de terem passado meses desde que tinha pegado num livro fora do contexto académico, enfim, como estava a dizer, confesso que quando dei com este livro do fabuloso autor José Saramago, e sendo que a minha escolha recaiu no facto de este ser um dos livros da quase inteira colecção que tenho deste senhor e que ainda não tinha lido, as minhas expectativas eram baixas. Afinal, ao pé de um Memorial do Convento (mesmo tendo começado a ler por obrigação académica, acabei por ficar apaixonada e felicíssima por ter feito uma descoberta da literatura como esta), ao pé d'uma Viagem do Elefante, ao pé das Intermitências da Morte, dos Ensaios sobre a Cegueira e sobre a Lucidez... perto de tudo isto, que interesse tinha este livro? No início as minhas expectativas foram confirmadas, não estava a gostar, estava muito bored, estava quase a obrigar-me a ler. Mas capítulo após capítulo, após cada parágrafo de 3 páginas e meia sem um ponto afinal, fui-me apaixonando cada vez mais, tanto pela forma como pelo conteúdo, pelo estilo literário genial que me faz sentir que não estou a ler mas sim simplesmente a pensar, a forma como as palavras são usadas, a ironia, o sarcasmo, numa forma tão fluída e contínua, sem espaços para travessões desnecessários. O conteúdo, a história meio fictícia meio real, os temas abordados se uma forma única. Enfim, este livro está a revelar-se delicioso! [Já para não falar nas claras influências que isso tem na minha própria forma de escrever, que não consigo evitar parar de escrever vírgulas.]

Aqui estão mais algumas citações da minha leitura nas últimas semanas (sim, porque este livro tem quase 700 páginas, leva o seu tempo para digerir). (Na realidade, as citações que sublinhei e tomei nota são bem mais que estas, mas achei que seriam demais e resolvi escolher as melhores, na minha opinião).

" (...) um homem não vai menos perdido por caminhar em linha recta".

"Um homem deve ler de tudo, um pouco ou o que puder, não se lhe exija mais do que tanto, vista a
curteza das vidas e a prolixidade do mundo. "

"(...) e Fernando Pessoa dirá, Só estando morto assistimos, e nem disso sequer podemos estar certos,
morto sou eu e vagueio por aí, paro nas esquinas, se fossem capazes de ver-me, raros são, também pensariam que não faço mais que ver passar, não dão por mim se lhes tocar, se alguém cair não o posso levantar, e contudo eu não me sinto como se apenas assistisse, ou, se realmente assisto, não sei o que em mim assiste, todos os meus actos, todas as minhas palavras, continuam vivos, avançam para além da esquina a que me encosto, vejo-os que partem, deste lugar donde não posso sair, vejo-os, actos e palavras, e não os posso emendar, se foram expressões de um erro, explicar, resumir num acto só e numa palavra única que tudo exprimissem de mim, ainda que fosse para pôr uma negação no lugar duma dúvida, uma escuridão no lugar da penumbra, um não no lugar de um sim, ambos com o mesmo significado, e a pior de tudo talvez nem sejam as palavras ditas e os actos praticados, o pior, porque é irremediável definitivamente, é o gesto que não  fiz, a palavra que não disse, aquilo que teria dado sentido ao feito e ao dito, Se um morto se inquieta tanto, a morte não é sossego, Não há sossego no mundo, nem para os mortos nem para os vivos, Então onde está a
diferença entre uns e outros, A diferença é uma só, os vivos ainda têm tempo, mas o mesmo tempo lhes vai acabando, para dizerem a palavra, para fazerem o gesto, Que gesto, que palavra, Não sei, morre-se de a não ter dito, morre-se de não o ter feito, é disso que se morre, não de doença, e é por isso que a um morto custa tanto aceitar a sua morte, Meu caro Fernando Pessoa, você treslê, Meu caro Ricardo Reis, eu já nem leio. Duas vezes improvável, esta conversação fica registada como se tivesse acontecido, não havia outra maneira de torná-la plausível. "

"(...) de todo o tempo o mais rápido é o da paixão".

"Tem o relógio horas tão vazias que, breves mesmo, como de todas é costume dizermos, excepto aquelas a que estão destinados os episódios de significação extensa, consoante ficou a ntes demonstrado, são tão vazias, essas, que os ponteiros parece que infinitamente se arrastam, não passa a manhã, não se vai embora a tarde, a noite não acaba."

quarta-feira, 24 de julho de 2013

24072013

Esta precisão meticulosa. Da atenção excessiva aos fenómenos de causa-efeito. O que causou o quê, o que levou a quê, em torno do que gira o mundo, que interacções e relações em si contém.

Exploro de forma intensiva e extensiva, em tudo o que me rodeia, me compõe e o que respiro, o que sou, o que faz com que seja quem e o que sou, o que leva ao que acontece e o desenrolar dos eventos, porquê?

Creio sem qualquer dúvida em pequenas coisas, absurdas e sem o mínimo sentido, pela pura, impulsiva, diria mesmo instintiva necessidade de simplesmente poder compreender, saber, aprender, explicar, descrever e, em última análise, objectivo derradeiro, predizer. Assim, na minha busca constante pelo poder preditivo e intensa vontade de tudo poder controlar, crio energias em meu redor. Acabo por me auto-condicionar, com um sistema de crenças fortemente enraízadas, crenças que me dominam e, no fundo, identificam, como pano de fundo. Faço-o de um modo simultaneamente consciente e inconsciente, sei o que faço sem saber
bem o porquê, sem entender realmente as minhas próprias motivações.

E assim, perco-me, em mim mesma, como numa espiral, hora após hora, dia após dia, semana após semana, por momentos nem sinto que o tempo realmente passa, penso ao invés que o tempo é algo que simplesmente é.

Acabo por ser eu apenas, na minha expressão mais pura, do que eu sou, sem rodeios.

[https://www.youtube.com/watch?v=hlCn9_3Ip7k]

domingo, 7 de julho de 2013

«O Ano da Morte de Ricardo Reis», José Saramago - algumas citações



 Podia fazer uma review a este livro, podia fazer uma review a todos os livros que leio, mas para quê? As palavras do autor, ou pelo menos algumas delas, falam por si, dizem tudo o que há a dizer e ainda nos (ou pelo menos a mim) deixam a reflectir.

“ (…) o táxi arranca, o motorista quer que lhe digam, Para onde, e esta pergunta, tão simples, tão natural, tão adequada à circunstância e ao lugar, apanha desprevenido o viajante, como se ter comprado a passagem no Rio de Janeiro tivesse sido e pudesse continuar a ser resposta para todas as questões, mesmo aquelas, passadas, que em seu tempo não encontraram mais que o silêncio, agora mal desembarcou e logo vê que não, talvez porque lhe fizeram uma das duas perguntas fatais, Para onde, a outra, e pior, seria, Para quê.”

“Vivem em nós inúmeros, se penso ou sinto, ignoro quem é que pensa ou sente, e, não acabando aqui, é como se acabasse, uma vez que para além de pensar e sentir não há mais nada. “

“A evidência da morte é o véu com que a morte se disfarça”.

“E as pessoas nem sonham que quem acaba uma coisa nunca é aquele que a começou, mesmo que ambos tenham um nome igual, que isso só é que se mantém constante, nada mais.”

“As coisas da fisiologia são complicadas, deixemo-las para quem as conheça, muito mais se ainda for preciso percorrer as veredas do sentimento que existem dentro dos sacos lacrimais, averiguar, por exemplo, que diferenças químicas haverá entre uma lágrima de tristeza e uma lágrima de alegria, decerto aquela é mais salgada, por isso nos ardem os olhos tanto”.

“Ricardo Reis faz um gesto com as mãos, tacteia o ar cinzento, depois, mal distinguindo as palavras que vai traçando no papel, escreve, Aos deuses peço só que me concedam o nada lhes pedir, e tendo escrito não soube que mais dizer, há ocasiões assim, acreditamos na importância do que dissemos ou escrevemos até um certo
ponto, apenas porque não foi possível calar os sons ou apagar os traços, mas entra-nos no corpo a tentação da mudez, a fascinação da imobilidade, estar como estão os deuses, calados e quietos, assistindo apenas.”

“(…) são assim os periódicos, só sabem falar do que aconteceu, quase sempre quando já é tarde de mais para emendar os erros, os perigos e as faltas, bom jornal seria aquele que no dia um de Janeiro de mil novecentos e catorze tivesse anunciado o rebentar da guerra para o dia vinte e quatro de Julho, disporíamos então de quase sete meses para conjurar a ameaça, quem sabe se não iríamos a tempo, e melhor seria ainda se aparecesse publicada a lista dos que iriam morrer, milhões de homens e mulheres a ler no jornal da manhã, ao café com leite, a notícia da sua própria morte, destino marcado e a cumprir, dia, hora e lugar, o nome por inteiro, que fariam eles sabendo que os iam matar, que faria Fernando Pessoa se pudesse ler, dois meses antes, O autor da Mensagem morrerá no dia trinta de Novembro próximo, de cólica hepática, talvez fosse ao médico e deixasse de beber, talvez desmarcasse a consulta e passasse a beber o dobro, para poder morrer antes.”


“O espelho, este e todos, porque sempre devolve uma aparência, está protegido contra o homem, diante dele não somos mais que estarmos, ou termos estado, como alguém que antes de partir para a guerra de mil novecentos e catorze se admirou no uniforme que vestia, mais do que a si mesmo se olhou, semsaber que neste espelho não tornará a olhar-se, também é isto a vaidade, o que não tem duração. Assim é o espelho, suporta, mas, podendo ser, rejeita. Ricardo Reis desviou os olhos, muda de lugar, vai, rejeitador ele, ou rejeitado, virar-lhe as costas. Porventura rejeitador porque espelho também.”


"(...) porque certas perguntas são feitas apenas para tornar mais explícita a ausência de resposta".

Hoje é o último dia do ano. Em todo o mundo que este calendário rege andam as pessoas entretidas a debater consigo mesmas as boas acções que tencionam praticar no ano que entra, jurando que vão ser rectas, justas e equânimes, que da sua emendada boca não voltará a sair uma palavra má, uma mentira, uma insídia, ainda que as merecesse o inimigo, claro que é das pessoas vulgares que estamos falando, as outras, as de excepção, as incomuns, regulam-se por razões suas próprias para ser em e fazerem o contrário sempre que lhes apeteça ou aproveite, essas são as que não se deixam iludir, chegam a rir-se de nós e das boas intenções que mostramos, mas, enfim, vamos aprendendo com a experiência, logo nos primeiros dias de Janeiro teremos esquecido metade do que havíamos prometido, e, tendo esquecido tanto, não há realmente motivo para cumprir o resto, é como um castelo de cartas, se já lhe faltam as obras superiores, melhor é que caia tudo e se confundam os naipes.”

“Não digamos, Amanhã farei, porque o mais certo é estarmos cansados amanhã, digamos antes, Depois de amanhã, sempre teremos um dia de intervalo para mudar de opinião e projecto, porém ainda mais prudente seria dizer, Um dia decidirei quando será o dia de dizer depois de amanhã, e talvez nem seja preciso, se a morte definidora vier antes desobrigar-me do compromisso, que essa, sim, é a pior coisa do mundo, o compromisso, liberdade que a nós próprios negámos.”

“(…) finalmente o ponteiro dos minutos cobre o ponteiro das horas, é meia-noite, a alegria duma libertação, por um instante breve o tempo largou os homens, deixou-os viver soltos, apenas assiste, irónico, benévolo, aí estão, abraçam-se uns aos outros, conhecidos e desconhecidos, beijam-se homens e mulheres ao acaso, são esses os beijos melhores, os que não têm futuro.”



segunda-feira, 3 de junho de 2013

Der Himmel kann warten - Teil 1



Radiohead : Nude (In Rainbows, 2007)
Thom Yorke : Harrowdown Hill (The Eraser, 2006)
Tricky : Nothing's Changed (False Idols, 2013) 
Massive Attack : Atlas Air (Heligoland, 2010) 
Portishead : Nylon Smile (Third, 2008) 
Radiohead : All I Need (In Rainbows, 2007) 
Nine Inch Nails : The Frail / The Wretched (And All That Could Have Been, 2002) 



quarta-feira, 22 de maio de 2013

poema #2

Esmagador 
Ensurdecedor 
Este silêncio absoluto 
E o absurdo 
Desta banal e repetida 
Existência 
Corrói, como ácido, 
Todo e qualquer equilíbro. 

Caminho em direcção ao Caos. 
E a desordem total 
Apodera-se de mim. 
Gosto de sentir a liberdade 
Em estado puro. 

Mas 
É demasiada e dói. 
Queima. 
Quero um pouco menos. 
Um pouco menos de tudo. 
Um pouco menos de nada. 
Um pouco menos disto. 

 Estou condenada à trivialidade 
Da minha própria mente 
Como um corredor da morte 
Que acaba num completo acaso 
Na completa falta de sentido. 
Neste quarto existem 
Buracos negros
Vazios que doem. 
Silêncios que gritam. 
Lacunas por preencher.

sábado, 18 de maio de 2013

poema #1

o que foi, o que é
o que podia ter sido,
é a minha realidade.

estou (completamente)

perdida
num mar de incertezas,
das minhas incertezas.

insignificantes,

esmagam-me,
todos os dias, a todas as horas,
vagas,
porque não quero preenchê-las.

não fico, não vou,

não sei, não vivo.

tudo vai dar ao mesmo,

no final das coisas.

Escrito há muitos anos atrás mas ainda com o seu quê de verdade.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

There were people who read and there were the others

“There were people who read and there were the others. Whether you were the a reader or a non-reader was soon apparent. There was no greater distinction between people.”
Pascal Mercier


Das coisas mais certas que eu já li. Podem chamar-me de arrogante ou do que quiserem, mas eu sei sempre distinguir uma pessoa que nunca leu um livro na vida (nem um capítulo) de uma que já leu. Aqui, penso que o ler seja uma metáfora para uma atitude mais geral de interessar-se pelas coisas, ir um pouco mais além do que o comum, ter um olhar mais crítico, uma perspectiva mais trabalhada, de quem se nota que a pessoa pensou nisso, que procurou, que teve interesse em saber mais. E escusado será dizer qual delas (pessoas) a mais interessante e de que tipo de pessoa eu tento encher a minha vida, e de que tipo de pessoa eu tento evitar por não acrescentar nada nem me trazer nada de novo, nenhum conhecimento novo, absolutamente nenhum aprendizado.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Nighttraing to Lisbon



“We leave something of ourselves behind when we leave a place, we stay there, even though we go away. And there are things in us that we can find again only by going back there.”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon

“Life is not what we live; it is what we imagine we are living.”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon
“Sometimes, we are afraid of something because we're afraid of something else. ”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon
  

“Human beings can't bear silence.It would mean that they would bear themselves.”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon

“I love tunnels. They 're the symbol of hope: sometime it will be bright again.
If by chance it is not night.”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon  


“We are stratified creatures, creatures full of abysses, with a soul of inconstant quicksilver, with a mind whose color and shape change as in a kaleidoscope that is constantly shaken.”
Pascal Mercier 

Recomendo este filme, para quem gosta de um bom drama e é amante de filosofia (e um pouco de história e um pouco de política).

(Muito pouca gente, portanto, visto que hoje em dia só se interessam por comédiazecas românticas sem qualquer conteúdo e filmes de acção sem interesse nenhum.)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Desenvolvimento espiritual - tão importante como todos os outros



Não sou católica, não tenho religião, nem sou adepta de práticas espirituais como a meditação. Mas, à minha maneira, acredito em tudo o que aqui é dito. Acredito em algo mais e acredito que, com o tempo, estou a desenvolver um outro nível de compreensão, novo e cada vez mais profundo e apurado. Todos os dias sei que não sei tudo , que estou longe de saber tudo, mas que sei um pouco mais do que aquilo que sabia ontem.

A saúde espiritual é vital para o nosso bem-estar, porque ter consciência de algo maior do que nós permite-nos ter paz no coração. Faz-nos sentir profundamente unidos. 

Como podemos unir-nos a e explorar o poder do espírito de modo a podermos dirigir a nossa energia para canais de criatividade e manifestação? Tudo o que somos, e tudo o que vivemos, sentimos, escutamos ou tocamos é energia. Nós próprios não passamos de arco-íris de campos energéticos, uma dança de luz e sombras. A energia forma diferentes graus de velocidade e densidade, e difunde-se por todo o seu corpo físico e pelo seu exterior. A energia nunca pode ser apagada; simplesmente muda de forma. (...) A harmonia espiritual é alcançada ao reconhecer que há algo mais na vida do que aquilo que os nossos cinco sentidos nos dizem. É o desenvolvimento do sexto sentido, a consciência superior que nos leva para um novo nível de compreensão. O nome que geralmente se dá a esse sexto sentido é mente inconsciente. É um despertar interior.

A saúde espiritual consiste em aprender a confiar, mesmo quando sentimos não haver motivos para confiar. Consiste em abrirmo-nos à ideia de compreender que se encontra ali uma lição positiva e que esta será revelada com o tempo. Por vezes, a simples aceitação é mais poderosa do que uma quantidade de interrogações.

Albert Einstein declarou que a experiência de um homem é uma ilusão óptica da sua consciência, querendo dizer que aquilo que sentimos ser a "realidade" é totalmente subjectivo e que nos iludimos a acreditar no contrário. Pode pensar nisto como se se estivesse a olhar ao espelho. O "eu" que lhe retribui o olhar do espelho não é real, embora pareça que está ali outra pessoa. Já observou uma criança pequena a ver o seu reflexo no espelho e depois ir à roda até à parte de trás, para procurar a outra criança? Por vezes, como adultos, convém recordar que o medo, as emoções de baixa energia e as crença limitadoras são também ilusões.

A nossa voz de baixa energia, acompanhada de emoções de baixa energia como a fúria, a tristeza, o medo, a culpa e as crenças e decisões limitadoras, provém da nossa mente inconsciente. O nosso inconsciente é também o modo como nos unimos aos nossos sentimentos e palavras espirituais. Remover pensamentos e sentimentos de baixa energia deste fluxo de comunhão permite-nos aceder a e dialogar com a pessoa interior ou real, que se encontra naturalmente em equilíbrio e harmonia. Utilizar palavras que promovem a vida une-nos à voz de elevada energia e à verdadeira voz interior, dando assim um salto quântico para a frente, para acedermos à abundância e à alegria a todos os níveis.

In O Poder das Palavras, Yvonne Oswald

sábado, 4 de maio de 2013

Wonderland.


“Life is not what we live; it is what we imagine we are living.”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon


I truly wish sometimes I could "come down". Come down from the constant movie I live in. All around me seems to sparkle, every moment of my life has its own song and every song I am passionate about has a feeling associated to it. I just can't stop thinking and feeling so much about everything. Sometimes, I sit in my terrace getting some sun and, out of nothing, I have spectacular thoughts about the most little and insignificant things about life and the world and the universe and the things around us, and I laugh at myself alone, but I have the feeling I'm crazy and if I really tell these things to other people, they would mock me for it (and sometimes they do). Because it's just not normal. But sometimes I wish I could just live normally. I really do. As a normal person. I seriously do. I seriously wish for one day, things, people and situations could get by me as nothing really matters. I would like not to be so overwhelmed by everything all the time, that everything wouldn't have all this drama and movie-like intensity I feel it has.

But only for one day, just to see how "normal" people live. Then, I would like to come back to the cloud I live in, to the wonderland I create, because it's really wonderful to live like this. If I'm happy like this, why should I change, after all? Because people say so? One day I'll die and take nothing with me, except for myself. It is, indeed, with myself that I wake up every morning and go to sleep every night, it is me who looks at myself in the mirror everyday, I'm the one feeling the pain of my battles, I'm the one feeling the happiness of my conquers and little victories of everyday. So , ultimately, I'm the one to please first other than the others, and if I feel like living this way, let me live this way. I don't always think people get me, understand me, and very little know me for who I really am. Sometimes I feel a bit uncomprehended/misunderstood for seeing and living things differently and a little bit outside of the box... kind of like the little Prince (of the book) when he drew an elephant inside a snake (or a snake after eating an elephant) and the grown-up people, the people who think they know everything, saw a hat and asked him why would they be afraid of hats. Yes, that's it: one of my fundamental problems in life was always that I am too different from most of the people in the world and have a hard time adapting sometimes, just like a little child among grown-ups who thing they know everything.

I know at least I don't let life pass me by and I live it to its most. I know I'm alive from the very moment I wake up, until the moment when I go to sleep, and even my dreams are the craziest ever. I have life in its purest state, running through my veins.Yes, I'm naive, I'm a pure dreamer and I always see the best out of things and people. That can sometimes be worth of some disappointments, tears of hurt (there it is, the dramatic Claudia) , feeling of unfairness and sadness for sometimes seeing so much anger, range, bad will or resentment in other people (and I don't think anyone should live with so much hate inside, seriously, it's just too bad for you, much worse than smoking). But ultimately, for how many "wake up calls" I might have, at the end of the day, I can go to sleep with my conscious clean, I can say I did try my best to be the best person I can, and admit to myself I'm a happy person and no one, for how much they hurt me or disapprove me, can take that happiness away from me. It's an immense inner peace, a peace with myself, because I live up to what think life should be, I stand up to what I truly believe, be it acceptable by other people or not. It was (and still is, it never stops, fortunately) a long way to discover my true self, a long self-acceptance path, learning who I am, what I like, what I am passionate about, which kind of people I want to be around me, which kind of influence I want them to have, what kind of things I want to do and especially what I definitely DON'T want in my life, and how to be in peace with it and even spread it around me.

But I always live in such a beautiful way and always try to make other people live like that (I don't think I' successful in that, by the way, but at least I try, and it is as I always say: I may not follow the society rules, I may not follow any religion, I may have little morals and way too subjective concepts of what's right or wrong, but ultimately, I always want and wish the best for others and promote the good. I am not even a person who likes to keep resentments and even to the people that hurt me I wish the best). Even the down and most depressive moments of my life, always found a way to turn them around with sparkle, like glitters in the air, like a drama movie that ends up badly but has so much magic to it. It's like I live in a dream and sometimes people point it at me as a flaw...but why a flaw? Why not a virtue? Why should I ever "wake up"? Maybe I already did but want to pretend I didn't? Who knows? I, myself, am not even so sure about it, I'm too flexible, too open, too tolerant, too permissive of anything and with a much wider notion of "possible" than most people.

After all, it's all a matter of perspective......
I was already compared to an equation, from that point on, anything is possible.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Aquela paixão arrebatadora. Avassaladora. Que me tira tudo, que me deixa sem  nada. Que me deixa sem fome, sem sono, sem motivação, sem vontade de fazer mais nada sem ser viver a paixão no seu máximo. Que me faz pensar que é para sempre, que é mesmo desta, com esta pessoa quero mesmo casar e ter filhos, e quero que eles tenham os olhos dele. Que me faz cometer loucuras desmedidas. Que faz alucinar, levitar, transpirar, arrepiar. Que me provoca um ciúme e um sentimento de possessão incrível e quase doentio, que essa pessoa só pode ser minha da mesma forma que eu sou apenas dessa pessoa. Que me faz ter vontade de morrer se não estiver perto. Que dá vontade de morder a pessoa até me fartar. Que dá a sensação que nunca me vou fartar. Que só o perfume dessa pessoa me faz entrar em delírio, só o pensamento dá um friozinho e uma pressão na barriga. Que me faz sofrer e chorar até não haver mais lágrimas. Que a vida parece não ter sentido sem essa pessoa, e que mais valia morrer sem ela. Que podia morrer por ela.

Não é amor, está longe de ser amor. É paixão.

E eu sinto muito a falta de viver (de novo) algo assim. 

Parece-me que a vida tem um pouco menos de piada e picante sem isto.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Ich stehe vor dem Nichts


Ich stehe vor dem Nichts. 

I stand before nothingness. 

Estou perante nada.

Sleight of hand,
Jump off the end.
Into a clear lake,
No one around.

Just dragonflies,
Flying to the side.
No one gets hurt,
You're doing nothing wrong.

Slide your hand,
Jump off the end.
The water's clear and innocent.
The water's clear and innocent.

domingo, 14 de abril de 2013

Daquilo a que chamam de Normalidade

Apresento-vos a minha cara amiga Distribuição Normal. Esta menina, dada pela função f(x), tem a forma de um sino, com uma média e um desvio-padrão estandardizados de 0 e 1, respectivamente.

A Lei dos Grandes Números diz-nos que tudo, no mundo, no universo e na natureza, tende a seguir esta distribuição. Isto é, se considerarmos que o eixo vertical se refere a uma dada característica - por exemplo, altura, peso, cor de cabelo - e o eixo horizontal diz respeito ao nº de indivíduos, na população, nos quais se observam estes valores destas características, temos que a grande maioria dos indivíduos - ou sujeitos, ou animais, ou moléculas, ou elementos do universo - se situa num espaço estandardizado de valores, espaço esse a que chamamos de Normal.

Ora, exploremos a questão um pouco mais a fundo. Na realidade, esta função diz-nos que o facto da maior parte dos indivíduos se situar num certo valor médio advém da Normalidade, ou seja, de ser normal, ou de estar dentro dos parâmetros normais. Porém, estou em crer que poderemos pensar nisto pelo prisma oposto: a Normalidade, em si, advém do facto da maior parte dos indivíduos corresponderem a um certo parâmetro de características.

Ou seja, a questão que se levanta, para reflexão, é: será que somos normais por correspondermos a um padrão de comportamentos e/ou características que é comum à grande maioria da população em que estamos inseridos? Ou... será que esses comportamentos e/ou características se tornaram normais apenas porque a grande maioria dos indivíduos está inserido nesse parâmetro? E se assim for, então seremos considerados não-normais se não observarmos esses parâmetros, aqueles que toda a gente observa?

Fica a questão.

[Só coloco esta questão porque eu sempre achei muito subjectivo este conceito de normalidade. Porque tem de ser normal o que toda a gente faz? Detesto pensar como toda a gente pensa , ou fazer o que toda a gente faz, só porque é considerado...Normal.]

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Rejazzing II

Thought I’d cry for you forever
But I couldn’t, so I didn’t
People children’s die and they dont even cry forever.

Thought I’d see your face in my mind for all time,
But I dont
Even remember what your ears look like.

And the clock still strikes, midnight and noon
And the sun still rises, and so does the moon
Birds still migrate south and
People move on
Even though I’m no longer in your arms.

Thought the mountains would cramble,
And the rivers would bend, but
But I thought all wrong

(Baby, I thought all wrong)
World did not end
The maps will just have to stay the same for a while.

Didn’t even need therapy to rehabilitate my smile.
Rehabilitate my smile

(Isto fui eu e a Regina, a cantar ao mesmo tempo)

Não sou pessoa de guardar rancores. Nem de ficar tempo demais a remoer no mesmo assunto. Não sou mesmo.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Rejazzing I



O que me soube melhor, foi a troca de roupa. O poder ter tirado todo aquele peso de cima de mim. Todas aquelas camadas que escondiam tantos assuntos não resolvidos. Resolvi deixar a ferida cicatrizar sozinha, resolvi deixá-la para lá. Sinto-me verdadeiramente livre, livre no sentido mais literal da palavra. Como tinha prometido a mim mesma, voltei de cara lavada, com um novo começo, e com (mais) uma página virada. Tenho agora todo um capítulo, pela frente, que me cabe a mim escrever. Cheira-me a novo e, ah, como eu adoro o cheiro de novo, de fresco, de desconhecido ainda por explorar. Estou com vontade de tomar a vida, pegá-la "pelos cornos" e espremer o que de melhor ela tem para me dar. E sei que ela tem ainda muitas mais coisas fantásticas para me dar, para além das que já tem dado. Estive em contacto com as minhas origens e voltei com uma percepção diferente... de mim mesma, do que me rodeia, e com um melhor discernimento daquilo que é importante e do que não é, daquilo que vale a pena e daquilo que não vale.Voltei uma pessoa melhor e a conhecer-me melhor. Estou a redescobrir-me, e este é um processo realmente maravilhoso.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Somos aquilo em que acreditamos.

Crença. Crença, segundo a Infopédia, dá pela definição de:

Crença (nome feminino)
 1. ato de crer 
2. atitude de espírito que admite, em grau variável (certeza, convicção, opinião), uma coisa como verdadeira 
3. confiança 
4. opinião adotada com fé e convicção crença

(...)

Estou em crer que tudo aquilo em que cremos, são apenas crenças, e que toda a realidade que experienciamos, é 100% criada por nós de forma subjectiva e baseada em crenças. Vivemos aquilo em que acreditamos, somos aquilo em que acreditamos, criamos aquilo em que acreditamos. O mundo, os outros, e nós próprios, e a forma como os vemos, e as suas interligações,  a forma como as coisas à nossa volta funcionam, são assim porque acreditamos que elas são assim. E quanto mais acreditarmo que elas são assim, mais elas realmente são assim; e quanto mais elas realmente forem assim, mais acreditamos que sejam assim, e é sempre um ciclo vicioso.

Chegar a esta conclusão não foi difícil. Aliás, a velha pergunta do "e se uma árvore caísse no meio de uma floresta mas ninguém a ouvisse ou visse, será que tinha mesmo caído?" já levanta a questão de se, de facto, o mundo existe porque nós o percepcionamos e, logo, criamos, ou não.

Mas o objectivo deste texto não será esmiuçar a filosofia por detrás do sentido epistemológico do sentido das coisas nem da existência. Isso seria muito cansativo para mim agora, e já são mais do que horas de ir dormir.

O objectivo deste texto é partilhar uma lição valiosíssima que tenho vindo a aprender com o tempo, que tem mudado a minha vida - para melhor - e me tem permitido sobreviver neste mundo onde eu sinto que muitas vezes sou a louca por fugir à "distribuição normal". Essa lição pode ser resumida numa frase: Eu sou aquilo em que Acredito.  Aquilo que eu acredito que sou, pode depender do que os outros acreditam que eu seja. E na maior parte das vezes, é isso que acontece. Mas uma pessoa que vá mais a fundo na questão e tenha um olhar mais profundo, facilmente chega à conclusão do quão fácil é manipular aquilo que somos ao manipularmos aquilo em que cremos ser. E está nas nossas mãos deixar ou não que muitas crenças limitadoras que temos acerca de nós próprios dominem a nossa vida. Em termos menos abstractos: eu acabo por ser, fazer, comportar-me e agir de acordo com aquilo que eu acredito que eu sou, e como eu acredito que os outros me percepcionam; se essas crenças forem más, desmoralizadoras, incapacitantes, "eu não sou capaz disto", "eu sou péssima nisto", "os outros são melhores que eu nisto", vai ser sempre impossível superar as coisas menos boas que surgem, e porque esses eventos menos bons reforçam as crenças menos boas, acaba por se formar um ciclo vicioso em que começamos a acreditar que as coisas são assim porque sim, porque são, e que nada podemos fazer para mudá-las, para nos tornarmos pessoas melhores, para podermos dizer "eu adoro-me porque sou uma pessoa espectacular e qualquer pessoa teria orgulho em conhecer-me bem".

A nossa mente inconsciente não é muito inteligente e não tem espírito crítico absolutamente nenhum. Ela acredita em tudo o que lhe dizemos. Se tivermos, constantemente, a dizer para nós próprios que não somos bons o suficiente, que os outros são melhores que nós, que somos exigentes demais connosco mesmos, perfeccionistas, que temos esta e aquela característica que "é um problema", que não somos capazes, que temos este e aquele defeito... que nunca nada está bem, ela vai acreditar, ela vai acreditar nisso sem duvidar uma só vez, sem pensar duas vezes, porque ela não pensa, ela é inconsciente, é cega, ela só acredita sem pôr nada em causa! Não só vai acreditar, como vai agir de acordo com isso! 

Há pessoas que me acham arrogante e convencida (ou talvez o achem porque eu tenho esta crença limitadora de que as pessoas me possam achar como sendo assim - but, oh well...), mas eu acho-me uma pessoa fantástica. A sério. Eu acho-me uma pessoa espectacular, bonita por dentro e por fora, de valor, que vale a pena conhecer, interessante, e acho que quem tem a sorte de me conhecer bem, o sabe, e que poucas pessoas no mundo são merecedoras do meu verdadeiro Eu. O meu discurso interior roda sempre à volta disto, e sempre que tenho um pensamento mais desmoralizador, como "ah, eu não sou muito boa nisto", identifico logo e substituo essa expressão por outra como "mas porque é que eu não sou boa nisto? mas porque é que eu não hei-de ser boa nisto? porque não posso melhorar?". Tenho o exemplo clássico da matemática; sempre foi um bicho de sete cabeças, sempre achei que era péssima, que era burra para os números, que o meu jeito era para letras; até podia ter uma certa razão, mas essa crença desmoralizadora acerca de mim mesma dominou-me durante anos e  deu-me muitos problemas a nível escolar... rios de dinheiro gastos em explicações, mas para quê? por muita ajuda que eu tivesse, eu continuava a achar que era péssima naquilo, e por acreditar nisso, nem sequer me esforçava, nem sequer dava uma para a caixa, fazia o mínimo para passar e me ver livre daquilo. Hoje descobri que afinal não sou assim tão má a matemática e podia ter tido um percurso escolar bem mais famoso nessa área! Tenho um raciocínio lógico bastante apurado, se me esforçar consigo chegar lá, e consigo compreender as coisas - apercebi-me disto, este ano,e porquê? Bom, err...porque tenho mesmo que acabar umas cadeiras de Estatística que deixei pendentes, e também porque...deixei de acreditar que sou péssima! É que não sou! Isto pode parecer um exemplo muito básico, mas aplica-se ao meu argumento inicial: as crenças que temos acerca de nós mesmos, têm um grande impacto na forma como vivemos, como nos relacionamos, como nos sentimos, comportamos, somos!

Para chegar a estas conclusões, precisei de ir a psicólogos, precisei ler muito (confesso: alguns livros de auto-ajuda), tentar compreender o mundo à minha volta, precisei escrever muito, pensar muito, viajar muito, experienciar muito, e conhecer outros pontos de vista, de outras pessoas, integrá-los com o meu, tirar o que achava de melhor, crescer muito. Estou longe de ser perfeita ou de saber tudo, mas sinto-me cada vez mais em sintonia, e com uma compreensão acima do normal, ou pelo menos um olhar mais crítico. Descobri, finalmente, que ao acreditar que realmente sou uma pessoa que vale a pena, as outras pessoas começaram a ver-me dessa forma também. Há uns anos atrás, eu era o total oposto: pensava muito mal de mim mesma, tinha crenças desmoralizadoras em tudo, era gozada na escola, tinha baixa auto-estima, e por isso, só atraia coisas iguais a isso. Hoje, sei que atraio coisas boas, as coisas, os eventos e as pessoas boas continuam a aparecer na minha vida, quantas vezes eu não levo as mãos ao céu e penso "obrigada, obrigada vida, por me teres dado oportunidades tão boas, por teres colocado pessoas únicas no meu caminho, sem as quais eu não viveria, que me abriram os olhos a tantos níveis, com as quais eu tenho um nível de entendimento superior e fora do normal e que finalmente compreendem a minha invulgaridade, algo que nem toda a gente compreende", mas isto tudo, fui eu que atraí, fui eu que chamei, no dia em que decidi deixar de pensar mal de mim mesma ou ter crenças falsas e desmoralizadoras acerca de mim mesma. Hoje, sei que atraio pessoas interessantes, pessoas que me admiram, pessoas que eu admiro, pessoas que se interessam por mim, as pessoas tendem a gostar de mim e a dar-se bem comigo e até a admirar-me pelo que sou, e o que sou eu? Aquilo em q acredito! As pessoas gostam de mim por eu ser essa Cláudia que acredito que sou, e que na realidade sou, porque assim o acredito! Só quando eu me apercebi de como sou boa pessoa, as outras pessoas começaram a ver como eu sou boa pessoa. e tenho hoje colegas da escola secundária que gozavam comigo, hoje lêem o meu blog, dizem que escrevo bem, e enviam-me mensagens de parabéns.

Nem sempre é fácil pensar desta forma... quantas vezes eu não desmoralizo, vou-me abaixo, fico a pensar mal de tudo e de todos mas principalmente, de mim mesma. Não interessa. Esses momentos, também eles, servem uma função: a de dar valor, e de me lembrar de substituir essas crenças desmoralizadoras, por crenças motivadoras; de substituir "ai isto é tão difícil" por "não é fácil, mas um dia hei-de lá chegar"; substituir o "se eu fosse rica" por "quando eu for rica"; substituir o "se passar a esta cadeira já fico feliz" com "este é o último ano, vou acabar estas cadeiras". Expressões pequenas e quotidianas mas que podem fazer toda a diferença.

segunda-feira, 25 de março de 2013

A blank page




This is going to be a new and fresh beginning. I'm wearing a winter coat and my spirit and my mind are tired of the cold and rainy days. On the other hand, my luggage is filled with summer clothes and an open spirit to whatever comes from now on. The bag is almost empty, I don't need anything except myself and my colorful light clothes. The rest is space where I put all my frustrations. All my oppressed feelings, unexpressed emotions, so many things that were left to say. I am going to take them with me, but I'll be back without any of them. Instead, I'm bringing a beginning. A fresh and new beginning. One that will be my new best friend for a long time. One that makes me think "It smells like new to me. Again. yes!".

I cannot stop thinking how funny it is that I just keep coming and going. Just like the sign I tatooed in the back of my neck. I have so many different places, cities and countries, where I feel at home, where I can go and say "I feel home, and this is a new page, a blank page, a page I can fill in with whatever, absolutely and literally, whatever I please".
 But despite where I go, I always come to the same place, the only place, the eternal place, the place where I am myself, where I meet with myself and get in touch with it. It's not a physical place, is a spiritual place. The place I keep coming (and going) to.

I can't put to words how much of myself I have been discovering since...I don't even remember how long it has been since it all started. How much of a new person I created, lived, embodied, how much of a different person I am today; different from myself in other points in time, different from everybody else in the world. I can't even identify a precise moment when this started to happen since it was so much, I eventually lose myself and don't know where it started, much less where it is going to "end". Sometimes it is so overwhelming, I don't even know myself anymore. I totally lose contact with reality, entering a different world, live apart and aside of everything, let life pass me by but, at the same time, live it at its most, the most of all mosts, the most happier, the most in love, the most passionate, the most depressed, the most paranoid, the most hectic, the most intense way ever of feeling whatever I'm feeling at that moment. Confusing? Yes, so much!!! I never felt so confused, in such a sure way (paradoxes...) as I feel now.

This is a definition moment. A moment in which I'm realizing what type of a person I am now, what type of a person I was before, I have been, how I developed and progressed into what I am today, and how I am still going to progress into what I'll become tomorrow. Sometimes, the reality-checks cause some pain and confusion, but in the end, there's no reason to be afraid. I know I just have to take life as it comes, and make it mine, all mine. I'm going through a self-realization, self-discovery, transition path, a kind of a metamorphose.

There's one precious thing I learned with all of this: to never stop learning and to never think we learned enough or everything that there was to learn. Never. We start learning from the beggining of the road, but we learn so much more when we reach the other edge of the road.We learn so much when something new and exciting and different from everything we ever lived starts, but we learn so much more by the time that something new becomes used, common, normal, boring, causing pain, not exciting anymore. And then you know, it's time to move on. And that moving on makes you learn so much more than what it already had taught you while you lived it. At its absolute fullest, to the most intensive way,  one can ever experience anything.

So, yes, I am going. But I'm coming back. And when I do, I'll bring a new and fresh start with me. It's a promise I make to myself.

And now, let's listen to the song....


"It's like I've fallen out of bed from a long and weary dream
The sweetest flowered fruits are hanging from the trees
Falling off a giant bird that's been carrying me
It's like I've fallen out of bed from a long and weary dream

Just exactly as I remember
Every word, every gesture
I've my heart in my mouth

Falling off a giant bird that's been carrying me
Finally I'm free of all the weight I've been carrying"