segunda-feira, 27 de julho de 2015

As dores da minha existência #2

Tudo é em vão, e nada é em vão.

Já por dois momentos (determinantes) na minha vida me disseram que não sou uma pessoa kármica. Que sou livre de rancores, raivas, ressentimentos. Que tenho uma alma jovem e que pouco sofreu. Apesar de algumas revoltas que em mim residem, mas que não me tiram o sono.

Mas não sou livre de dores e questionamentos. Escrevo sobre a existência para fazer algum sentido dela porque no fundo sei que assa mesma existência é uma coisa vã.

Mas não o é.

O facto de ser e não o ser ao mesmo tempo é a minha grande dor de existência.

Mas é uma dor tranquila, uma dor pacífica, uma dor que, também ela, não o é. Pois já aceitei a frivolidade da dor, da existência, do ser, de mim, do mundo e de tudo. E de nada.


As dores da minha existência #1

A unicidade da existência é uma falácia sem início nem fim.

Sem início porque nada tem um fim para se iniciar de novo. Os ciclos que começam e acabam, são só ciclos que se repetem em si mesmos, dizemos que começam e acabam para não dizer que o ponto inicial e o ponto final, na realidade, apenas se emergem um no outro.

Tal como as vivências; acreditamos que cada uma é diferente, distinta, única -  mas todas as vivências são diferentes, distintas e únicas, pelo que nenhuma o é, verdadeiramente.

E como seria, se fosse? Como seria se um de nós, e apenas um - de outro modo deixaria de satisfazer o propósito deste cenário hipotético - fosse tão distinto de todos os outros, que nem mesmo a sua distintividade o tornasse apenas em mais um, igual e repetido, como todos os restantes da sua espécie?

Seria uma bênção? Seria um fardo?

Seria tão doloroso ser-se diferente como o é ser-se igual?


 Sejamos diferentes, sejamos inovadores, queiramos ser intensamente como nunca ninguém foi ou alguma vez será. Mas tenhamos sempre presente que nada disso é real... que todas as existências são insignificantes em si mesmas. E por isso são todas diferentes. E por isso são todas iguais.