terça-feira, 16 de abril de 2013

Ich stehe vor dem Nichts


Ich stehe vor dem Nichts. 

I stand before nothingness. 

Estou perante nada.

Sleight of hand,
Jump off the end.
Into a clear lake,
No one around.

Just dragonflies,
Flying to the side.
No one gets hurt,
You're doing nothing wrong.

Slide your hand,
Jump off the end.
The water's clear and innocent.
The water's clear and innocent.

domingo, 14 de abril de 2013

Daquilo a que chamam de Normalidade

Apresento-vos a minha cara amiga Distribuição Normal. Esta menina, dada pela função f(x), tem a forma de um sino, com uma média e um desvio-padrão estandardizados de 0 e 1, respectivamente.

A Lei dos Grandes Números diz-nos que tudo, no mundo, no universo e na natureza, tende a seguir esta distribuição. Isto é, se considerarmos que o eixo vertical se refere a uma dada característica - por exemplo, altura, peso, cor de cabelo - e o eixo horizontal diz respeito ao nº de indivíduos, na população, nos quais se observam estes valores destas características, temos que a grande maioria dos indivíduos - ou sujeitos, ou animais, ou moléculas, ou elementos do universo - se situa num espaço estandardizado de valores, espaço esse a que chamamos de Normal.

Ora, exploremos a questão um pouco mais a fundo. Na realidade, esta função diz-nos que o facto da maior parte dos indivíduos se situar num certo valor médio advém da Normalidade, ou seja, de ser normal, ou de estar dentro dos parâmetros normais. Porém, estou em crer que poderemos pensar nisto pelo prisma oposto: a Normalidade, em si, advém do facto da maior parte dos indivíduos corresponderem a um certo parâmetro de características.

Ou seja, a questão que se levanta, para reflexão, é: será que somos normais por correspondermos a um padrão de comportamentos e/ou características que é comum à grande maioria da população em que estamos inseridos? Ou... será que esses comportamentos e/ou características se tornaram normais apenas porque a grande maioria dos indivíduos está inserido nesse parâmetro? E se assim for, então seremos considerados não-normais se não observarmos esses parâmetros, aqueles que toda a gente observa?

Fica a questão.

[Só coloco esta questão porque eu sempre achei muito subjectivo este conceito de normalidade. Porque tem de ser normal o que toda a gente faz? Detesto pensar como toda a gente pensa , ou fazer o que toda a gente faz, só porque é considerado...Normal.]

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Rejazzing II

Thought I’d cry for you forever
But I couldn’t, so I didn’t
People children’s die and they dont even cry forever.

Thought I’d see your face in my mind for all time,
But I dont
Even remember what your ears look like.

And the clock still strikes, midnight and noon
And the sun still rises, and so does the moon
Birds still migrate south and
People move on
Even though I’m no longer in your arms.

Thought the mountains would cramble,
And the rivers would bend, but
But I thought all wrong

(Baby, I thought all wrong)
World did not end
The maps will just have to stay the same for a while.

Didn’t even need therapy to rehabilitate my smile.
Rehabilitate my smile

(Isto fui eu e a Regina, a cantar ao mesmo tempo)

Não sou pessoa de guardar rancores. Nem de ficar tempo demais a remoer no mesmo assunto. Não sou mesmo.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Rejazzing I



O que me soube melhor, foi a troca de roupa. O poder ter tirado todo aquele peso de cima de mim. Todas aquelas camadas que escondiam tantos assuntos não resolvidos. Resolvi deixar a ferida cicatrizar sozinha, resolvi deixá-la para lá. Sinto-me verdadeiramente livre, livre no sentido mais literal da palavra. Como tinha prometido a mim mesma, voltei de cara lavada, com um novo começo, e com (mais) uma página virada. Tenho agora todo um capítulo, pela frente, que me cabe a mim escrever. Cheira-me a novo e, ah, como eu adoro o cheiro de novo, de fresco, de desconhecido ainda por explorar. Estou com vontade de tomar a vida, pegá-la "pelos cornos" e espremer o que de melhor ela tem para me dar. E sei que ela tem ainda muitas mais coisas fantásticas para me dar, para além das que já tem dado. Estive em contacto com as minhas origens e voltei com uma percepção diferente... de mim mesma, do que me rodeia, e com um melhor discernimento daquilo que é importante e do que não é, daquilo que vale a pena e daquilo que não vale.Voltei uma pessoa melhor e a conhecer-me melhor. Estou a redescobrir-me, e este é um processo realmente maravilhoso.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Somos aquilo em que acreditamos.

Crença. Crença, segundo a Infopédia, dá pela definição de:

Crença (nome feminino)
 1. ato de crer 
2. atitude de espírito que admite, em grau variável (certeza, convicção, opinião), uma coisa como verdadeira 
3. confiança 
4. opinião adotada com fé e convicção crença

(...)

Estou em crer que tudo aquilo em que cremos, são apenas crenças, e que toda a realidade que experienciamos, é 100% criada por nós de forma subjectiva e baseada em crenças. Vivemos aquilo em que acreditamos, somos aquilo em que acreditamos, criamos aquilo em que acreditamos. O mundo, os outros, e nós próprios, e a forma como os vemos, e as suas interligações,  a forma como as coisas à nossa volta funcionam, são assim porque acreditamos que elas são assim. E quanto mais acreditarmo que elas são assim, mais elas realmente são assim; e quanto mais elas realmente forem assim, mais acreditamos que sejam assim, e é sempre um ciclo vicioso.

Chegar a esta conclusão não foi difícil. Aliás, a velha pergunta do "e se uma árvore caísse no meio de uma floresta mas ninguém a ouvisse ou visse, será que tinha mesmo caído?" já levanta a questão de se, de facto, o mundo existe porque nós o percepcionamos e, logo, criamos, ou não.

Mas o objectivo deste texto não será esmiuçar a filosofia por detrás do sentido epistemológico do sentido das coisas nem da existência. Isso seria muito cansativo para mim agora, e já são mais do que horas de ir dormir.

O objectivo deste texto é partilhar uma lição valiosíssima que tenho vindo a aprender com o tempo, que tem mudado a minha vida - para melhor - e me tem permitido sobreviver neste mundo onde eu sinto que muitas vezes sou a louca por fugir à "distribuição normal". Essa lição pode ser resumida numa frase: Eu sou aquilo em que Acredito.  Aquilo que eu acredito que sou, pode depender do que os outros acreditam que eu seja. E na maior parte das vezes, é isso que acontece. Mas uma pessoa que vá mais a fundo na questão e tenha um olhar mais profundo, facilmente chega à conclusão do quão fácil é manipular aquilo que somos ao manipularmos aquilo em que cremos ser. E está nas nossas mãos deixar ou não que muitas crenças limitadoras que temos acerca de nós próprios dominem a nossa vida. Em termos menos abstractos: eu acabo por ser, fazer, comportar-me e agir de acordo com aquilo que eu acredito que eu sou, e como eu acredito que os outros me percepcionam; se essas crenças forem más, desmoralizadoras, incapacitantes, "eu não sou capaz disto", "eu sou péssima nisto", "os outros são melhores que eu nisto", vai ser sempre impossível superar as coisas menos boas que surgem, e porque esses eventos menos bons reforçam as crenças menos boas, acaba por se formar um ciclo vicioso em que começamos a acreditar que as coisas são assim porque sim, porque são, e que nada podemos fazer para mudá-las, para nos tornarmos pessoas melhores, para podermos dizer "eu adoro-me porque sou uma pessoa espectacular e qualquer pessoa teria orgulho em conhecer-me bem".

A nossa mente inconsciente não é muito inteligente e não tem espírito crítico absolutamente nenhum. Ela acredita em tudo o que lhe dizemos. Se tivermos, constantemente, a dizer para nós próprios que não somos bons o suficiente, que os outros são melhores que nós, que somos exigentes demais connosco mesmos, perfeccionistas, que temos esta e aquela característica que "é um problema", que não somos capazes, que temos este e aquele defeito... que nunca nada está bem, ela vai acreditar, ela vai acreditar nisso sem duvidar uma só vez, sem pensar duas vezes, porque ela não pensa, ela é inconsciente, é cega, ela só acredita sem pôr nada em causa! Não só vai acreditar, como vai agir de acordo com isso! 

Há pessoas que me acham arrogante e convencida (ou talvez o achem porque eu tenho esta crença limitadora de que as pessoas me possam achar como sendo assim - but, oh well...), mas eu acho-me uma pessoa fantástica. A sério. Eu acho-me uma pessoa espectacular, bonita por dentro e por fora, de valor, que vale a pena conhecer, interessante, e acho que quem tem a sorte de me conhecer bem, o sabe, e que poucas pessoas no mundo são merecedoras do meu verdadeiro Eu. O meu discurso interior roda sempre à volta disto, e sempre que tenho um pensamento mais desmoralizador, como "ah, eu não sou muito boa nisto", identifico logo e substituo essa expressão por outra como "mas porque é que eu não sou boa nisto? mas porque é que eu não hei-de ser boa nisto? porque não posso melhorar?". Tenho o exemplo clássico da matemática; sempre foi um bicho de sete cabeças, sempre achei que era péssima, que era burra para os números, que o meu jeito era para letras; até podia ter uma certa razão, mas essa crença desmoralizadora acerca de mim mesma dominou-me durante anos e  deu-me muitos problemas a nível escolar... rios de dinheiro gastos em explicações, mas para quê? por muita ajuda que eu tivesse, eu continuava a achar que era péssima naquilo, e por acreditar nisso, nem sequer me esforçava, nem sequer dava uma para a caixa, fazia o mínimo para passar e me ver livre daquilo. Hoje descobri que afinal não sou assim tão má a matemática e podia ter tido um percurso escolar bem mais famoso nessa área! Tenho um raciocínio lógico bastante apurado, se me esforçar consigo chegar lá, e consigo compreender as coisas - apercebi-me disto, este ano,e porquê? Bom, err...porque tenho mesmo que acabar umas cadeiras de Estatística que deixei pendentes, e também porque...deixei de acreditar que sou péssima! É que não sou! Isto pode parecer um exemplo muito básico, mas aplica-se ao meu argumento inicial: as crenças que temos acerca de nós mesmos, têm um grande impacto na forma como vivemos, como nos relacionamos, como nos sentimos, comportamos, somos!

Para chegar a estas conclusões, precisei de ir a psicólogos, precisei ler muito (confesso: alguns livros de auto-ajuda), tentar compreender o mundo à minha volta, precisei escrever muito, pensar muito, viajar muito, experienciar muito, e conhecer outros pontos de vista, de outras pessoas, integrá-los com o meu, tirar o que achava de melhor, crescer muito. Estou longe de ser perfeita ou de saber tudo, mas sinto-me cada vez mais em sintonia, e com uma compreensão acima do normal, ou pelo menos um olhar mais crítico. Descobri, finalmente, que ao acreditar que realmente sou uma pessoa que vale a pena, as outras pessoas começaram a ver-me dessa forma também. Há uns anos atrás, eu era o total oposto: pensava muito mal de mim mesma, tinha crenças desmoralizadoras em tudo, era gozada na escola, tinha baixa auto-estima, e por isso, só atraia coisas iguais a isso. Hoje, sei que atraio coisas boas, as coisas, os eventos e as pessoas boas continuam a aparecer na minha vida, quantas vezes eu não levo as mãos ao céu e penso "obrigada, obrigada vida, por me teres dado oportunidades tão boas, por teres colocado pessoas únicas no meu caminho, sem as quais eu não viveria, que me abriram os olhos a tantos níveis, com as quais eu tenho um nível de entendimento superior e fora do normal e que finalmente compreendem a minha invulgaridade, algo que nem toda a gente compreende", mas isto tudo, fui eu que atraí, fui eu que chamei, no dia em que decidi deixar de pensar mal de mim mesma ou ter crenças falsas e desmoralizadoras acerca de mim mesma. Hoje, sei que atraio pessoas interessantes, pessoas que me admiram, pessoas que eu admiro, pessoas que se interessam por mim, as pessoas tendem a gostar de mim e a dar-se bem comigo e até a admirar-me pelo que sou, e o que sou eu? Aquilo em q acredito! As pessoas gostam de mim por eu ser essa Cláudia que acredito que sou, e que na realidade sou, porque assim o acredito! Só quando eu me apercebi de como sou boa pessoa, as outras pessoas começaram a ver como eu sou boa pessoa. e tenho hoje colegas da escola secundária que gozavam comigo, hoje lêem o meu blog, dizem que escrevo bem, e enviam-me mensagens de parabéns.

Nem sempre é fácil pensar desta forma... quantas vezes eu não desmoralizo, vou-me abaixo, fico a pensar mal de tudo e de todos mas principalmente, de mim mesma. Não interessa. Esses momentos, também eles, servem uma função: a de dar valor, e de me lembrar de substituir essas crenças desmoralizadoras, por crenças motivadoras; de substituir "ai isto é tão difícil" por "não é fácil, mas um dia hei-de lá chegar"; substituir o "se eu fosse rica" por "quando eu for rica"; substituir o "se passar a esta cadeira já fico feliz" com "este é o último ano, vou acabar estas cadeiras". Expressões pequenas e quotidianas mas que podem fazer toda a diferença.