Ultimamente, um dos meus focos de reflexão pessoal tem sido o tempo, tudo o que está relacionado com o tempo, o conceito e a sua passagem. Tenho vindo a aprender como mexer e manipular na passagem do tempo conforme me dê mais jeito, conforme as fases da minha vida ou até mesmo situações quotidianas em que dá jeito controlar a forma como o tempo passa. Neste caso, e hoje venho falar, sobre o "segredo" que tem vindo a funcionar, para mim, para que o tempo pareça passar mais rápido (quando queremos que ele passe).
Quando quero que o tempo passe mais rápido, eu gosto de pensar em termos de "já" em vez de "ainda". Shifting the mindset (há certas expressões que me falham em português): "já passaram dois dias" em vez de "ainda só passaram dois dias". O tempo que passou é o mesmo, dois dias, 48 horas, 2880 minutos, não há forma de dar volta a isso, a chave está na forma como encaramos esses dois dias, essas 48 horas, esses 2880 minutos. A forma como formulamos, verbalmente, a passagem do tempo, modifica a forma como o experienciamos subjectivamente. Recordar momentos ou acontecimentos que tiveram lugar num tempo relativamente distante, digamos, por exemplo, dois meses e, ao fazê-lo, evocar sentimentos e/ou sensações que tivemos; as sensações têm um sabor a presente, então, é como estar a sentir o que aconteceu há dois meses, mas pensar que, objectivamente, já passaram dois meses. Expressões como "lembro-me como se fosse ontem" referentes a eventos passados, permite-nos avaliar a passagem do tempo de forma diferente, e "celebrar" o processo, o já terem passado dois meses, em vez do ainda faltam X para (objectivo final). Finalmente, pensar no "tempo que ainda falta" não como sendo "muito tempo", mas sim em termos de que "se este tempo já passou, e passou rápido, então o que falta também passará da mesma forma, e quando der por mim, já lá estou".
A espera nem sempre tem de ser frustrante. Tal como já tinha dito anteriormente (link), a passagem do tempo em si é objectiva, numericamente quantificável (um dia sempre terá 24 horas, e uma semana sempre terá 7 dias), mas a forma como nós passamos o tempo, ou como queremos que ele passe, está na nossa cabeça. Uma semana pode tanto parecer um mês, como "passar a correr". Pode parecer longo, e pode parecer que passou "num ápice". A nossa vivência do tempo é uma experiência altamente subjectiva, mas com algum grau de controlo, se soubermos como "trick the time" (outra expressão que me falha em português). Com o tempo, aprendi a fazer com que o tempo, aquele que eu quero que passe rápido, seja porque estou a ter uma aula secante ou porque estou à espera do autocarro há 20 minutos, passe, de facto, rápido, ou mais rápido do que aquilo que parece ser. Uma forma de fazer com que 3 horas me pareçam meia-hora, ou que aqueles 20 minutos que estive à espera do autocarro me tenham parecido só 5.
Para a situação contrária, aquela em que queremos que o tempo pare no tempo, momentos que queríamos que durassem para sempre, minutos que queríamos esticar para horas, e horas para dias, e dias para semanas... sobre essa, escrevo noutro dia, e noutra ocasião. Numa ocasião em que eu realmente deseje esticar e congelar o tempo.
De qualquer forma, my point is: é realmente possível enganar o tempo. Ter o poder, a capacidade de mexer e manipular a passagem do tempo conforme a nossa conveniência, é uma faculdade que pode ser treinada.
But then again, isto acontece, no fundo, com tudo na vida. A forma como vivemos tudo, está nas nossas mentes. Está inteiramente sob o nosso controlo a forma como vivemos a vida; isto aplica-se à passagem do tempo e a tudo o mais.
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