Nasci para escrever. É aquilo a que sou boa, o que melhor
faço, o que me sinto melhor a fazer. É o meu veículo de expressão, de
canalização de emoções. Considero-me escritora, e não preciso de ter um livro à
venda na FNAC para me considerar como tal, da mesma forma que um músico não
precisa que a sua música passe na MTV, pode ser uma banda de garagem. No fundo,
é isso que a minha escrita é, apenas palavras soltas escritas amadora e
clandestinamente na minha garagem. Sou escritora a partir do momento em que
sinto que tenho uma palavra minha para dizer ao mundo, uma palavra só minha e
de mais ninguém, e que a melhor forma de a dizer ao mundo, é deixá-la por
escrito.
E como escritora, tenho fases. Já tive a minha fase Fernando
Pessoa, a minha fase José Saramago, a minha fase Janela Aberta, a fase em que
estava a descobrir-me como escritora, em que tinha muitas influências alheias
de autores que admirava (e ainda admiro). Agora estou numa fase diferente, numa
fase só minha, esta fase em que me exploro de forma nua e crua, o meu íntimo no
seu estado mais puro. É uma fase menos explícita, mais discreta, para bom
entendedor meia-palavra basta.
É este o significado da escrita para mim. É tudo, é uma
paixão que tenho desde que me lembro, uma necessidade de transpor para palavras
as situações mais corriqueiras do dia-a-dia, às experiências de vida mais
marcantes. É o genuíno amor às palavras.
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