quarta-feira, 22 de maio de 2013

poema #2

Esmagador 
Ensurdecedor 
Este silêncio absoluto 
E o absurdo 
Desta banal e repetida 
Existência 
Corrói, como ácido, 
Todo e qualquer equilíbro. 

Caminho em direcção ao Caos. 
E a desordem total 
Apodera-se de mim. 
Gosto de sentir a liberdade 
Em estado puro. 

Mas 
É demasiada e dói. 
Queima. 
Quero um pouco menos. 
Um pouco menos de tudo. 
Um pouco menos de nada. 
Um pouco menos disto. 

 Estou condenada à trivialidade 
Da minha própria mente 
Como um corredor da morte 
Que acaba num completo acaso 
Na completa falta de sentido. 
Neste quarto existem 
Buracos negros
Vazios que doem. 
Silêncios que gritam. 
Lacunas por preencher.

sábado, 18 de maio de 2013

poema #1

o que foi, o que é
o que podia ter sido,
é a minha realidade.

estou (completamente)

perdida
num mar de incertezas,
das minhas incertezas.

insignificantes,

esmagam-me,
todos os dias, a todas as horas,
vagas,
porque não quero preenchê-las.

não fico, não vou,

não sei, não vivo.

tudo vai dar ao mesmo,

no final das coisas.

Escrito há muitos anos atrás mas ainda com o seu quê de verdade.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

There were people who read and there were the others

“There were people who read and there were the others. Whether you were the a reader or a non-reader was soon apparent. There was no greater distinction between people.”
Pascal Mercier


Das coisas mais certas que eu já li. Podem chamar-me de arrogante ou do que quiserem, mas eu sei sempre distinguir uma pessoa que nunca leu um livro na vida (nem um capítulo) de uma que já leu. Aqui, penso que o ler seja uma metáfora para uma atitude mais geral de interessar-se pelas coisas, ir um pouco mais além do que o comum, ter um olhar mais crítico, uma perspectiva mais trabalhada, de quem se nota que a pessoa pensou nisso, que procurou, que teve interesse em saber mais. E escusado será dizer qual delas (pessoas) a mais interessante e de que tipo de pessoa eu tento encher a minha vida, e de que tipo de pessoa eu tento evitar por não acrescentar nada nem me trazer nada de novo, nenhum conhecimento novo, absolutamente nenhum aprendizado.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Nighttraing to Lisbon



“We leave something of ourselves behind when we leave a place, we stay there, even though we go away. And there are things in us that we can find again only by going back there.”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon

“Life is not what we live; it is what we imagine we are living.”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon
“Sometimes, we are afraid of something because we're afraid of something else. ”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon
  

“Human beings can't bear silence.It would mean that they would bear themselves.”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon

“I love tunnels. They 're the symbol of hope: sometime it will be bright again.
If by chance it is not night.”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon  


“We are stratified creatures, creatures full of abysses, with a soul of inconstant quicksilver, with a mind whose color and shape change as in a kaleidoscope that is constantly shaken.”
Pascal Mercier 

Recomendo este filme, para quem gosta de um bom drama e é amante de filosofia (e um pouco de história e um pouco de política).

(Muito pouca gente, portanto, visto que hoje em dia só se interessam por comédiazecas românticas sem qualquer conteúdo e filmes de acção sem interesse nenhum.)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Desenvolvimento espiritual - tão importante como todos os outros



Não sou católica, não tenho religião, nem sou adepta de práticas espirituais como a meditação. Mas, à minha maneira, acredito em tudo o que aqui é dito. Acredito em algo mais e acredito que, com o tempo, estou a desenvolver um outro nível de compreensão, novo e cada vez mais profundo e apurado. Todos os dias sei que não sei tudo , que estou longe de saber tudo, mas que sei um pouco mais do que aquilo que sabia ontem.

A saúde espiritual é vital para o nosso bem-estar, porque ter consciência de algo maior do que nós permite-nos ter paz no coração. Faz-nos sentir profundamente unidos. 

Como podemos unir-nos a e explorar o poder do espírito de modo a podermos dirigir a nossa energia para canais de criatividade e manifestação? Tudo o que somos, e tudo o que vivemos, sentimos, escutamos ou tocamos é energia. Nós próprios não passamos de arco-íris de campos energéticos, uma dança de luz e sombras. A energia forma diferentes graus de velocidade e densidade, e difunde-se por todo o seu corpo físico e pelo seu exterior. A energia nunca pode ser apagada; simplesmente muda de forma. (...) A harmonia espiritual é alcançada ao reconhecer que há algo mais na vida do que aquilo que os nossos cinco sentidos nos dizem. É o desenvolvimento do sexto sentido, a consciência superior que nos leva para um novo nível de compreensão. O nome que geralmente se dá a esse sexto sentido é mente inconsciente. É um despertar interior.

A saúde espiritual consiste em aprender a confiar, mesmo quando sentimos não haver motivos para confiar. Consiste em abrirmo-nos à ideia de compreender que se encontra ali uma lição positiva e que esta será revelada com o tempo. Por vezes, a simples aceitação é mais poderosa do que uma quantidade de interrogações.

Albert Einstein declarou que a experiência de um homem é uma ilusão óptica da sua consciência, querendo dizer que aquilo que sentimos ser a "realidade" é totalmente subjectivo e que nos iludimos a acreditar no contrário. Pode pensar nisto como se se estivesse a olhar ao espelho. O "eu" que lhe retribui o olhar do espelho não é real, embora pareça que está ali outra pessoa. Já observou uma criança pequena a ver o seu reflexo no espelho e depois ir à roda até à parte de trás, para procurar a outra criança? Por vezes, como adultos, convém recordar que o medo, as emoções de baixa energia e as crença limitadoras são também ilusões.

A nossa voz de baixa energia, acompanhada de emoções de baixa energia como a fúria, a tristeza, o medo, a culpa e as crenças e decisões limitadoras, provém da nossa mente inconsciente. O nosso inconsciente é também o modo como nos unimos aos nossos sentimentos e palavras espirituais. Remover pensamentos e sentimentos de baixa energia deste fluxo de comunhão permite-nos aceder a e dialogar com a pessoa interior ou real, que se encontra naturalmente em equilíbrio e harmonia. Utilizar palavras que promovem a vida une-nos à voz de elevada energia e à verdadeira voz interior, dando assim um salto quântico para a frente, para acedermos à abundância e à alegria a todos os níveis.

In O Poder das Palavras, Yvonne Oswald

sábado, 4 de maio de 2013

Wonderland.


“Life is not what we live; it is what we imagine we are living.”
Pascal Mercier, Night Train to Lisbon


I truly wish sometimes I could "come down". Come down from the constant movie I live in. All around me seems to sparkle, every moment of my life has its own song and every song I am passionate about has a feeling associated to it. I just can't stop thinking and feeling so much about everything. Sometimes, I sit in my terrace getting some sun and, out of nothing, I have spectacular thoughts about the most little and insignificant things about life and the world and the universe and the things around us, and I laugh at myself alone, but I have the feeling I'm crazy and if I really tell these things to other people, they would mock me for it (and sometimes they do). Because it's just not normal. But sometimes I wish I could just live normally. I really do. As a normal person. I seriously do. I seriously wish for one day, things, people and situations could get by me as nothing really matters. I would like not to be so overwhelmed by everything all the time, that everything wouldn't have all this drama and movie-like intensity I feel it has.

But only for one day, just to see how "normal" people live. Then, I would like to come back to the cloud I live in, to the wonderland I create, because it's really wonderful to live like this. If I'm happy like this, why should I change, after all? Because people say so? One day I'll die and take nothing with me, except for myself. It is, indeed, with myself that I wake up every morning and go to sleep every night, it is me who looks at myself in the mirror everyday, I'm the one feeling the pain of my battles, I'm the one feeling the happiness of my conquers and little victories of everyday. So , ultimately, I'm the one to please first other than the others, and if I feel like living this way, let me live this way. I don't always think people get me, understand me, and very little know me for who I really am. Sometimes I feel a bit uncomprehended/misunderstood for seeing and living things differently and a little bit outside of the box... kind of like the little Prince (of the book) when he drew an elephant inside a snake (or a snake after eating an elephant) and the grown-up people, the people who think they know everything, saw a hat and asked him why would they be afraid of hats. Yes, that's it: one of my fundamental problems in life was always that I am too different from most of the people in the world and have a hard time adapting sometimes, just like a little child among grown-ups who thing they know everything.

I know at least I don't let life pass me by and I live it to its most. I know I'm alive from the very moment I wake up, until the moment when I go to sleep, and even my dreams are the craziest ever. I have life in its purest state, running through my veins.Yes, I'm naive, I'm a pure dreamer and I always see the best out of things and people. That can sometimes be worth of some disappointments, tears of hurt (there it is, the dramatic Claudia) , feeling of unfairness and sadness for sometimes seeing so much anger, range, bad will or resentment in other people (and I don't think anyone should live with so much hate inside, seriously, it's just too bad for you, much worse than smoking). But ultimately, for how many "wake up calls" I might have, at the end of the day, I can go to sleep with my conscious clean, I can say I did try my best to be the best person I can, and admit to myself I'm a happy person and no one, for how much they hurt me or disapprove me, can take that happiness away from me. It's an immense inner peace, a peace with myself, because I live up to what think life should be, I stand up to what I truly believe, be it acceptable by other people or not. It was (and still is, it never stops, fortunately) a long way to discover my true self, a long self-acceptance path, learning who I am, what I like, what I am passionate about, which kind of people I want to be around me, which kind of influence I want them to have, what kind of things I want to do and especially what I definitely DON'T want in my life, and how to be in peace with it and even spread it around me.

But I always live in such a beautiful way and always try to make other people live like that (I don't think I' successful in that, by the way, but at least I try, and it is as I always say: I may not follow the society rules, I may not follow any religion, I may have little morals and way too subjective concepts of what's right or wrong, but ultimately, I always want and wish the best for others and promote the good. I am not even a person who likes to keep resentments and even to the people that hurt me I wish the best). Even the down and most depressive moments of my life, always found a way to turn them around with sparkle, like glitters in the air, like a drama movie that ends up badly but has so much magic to it. It's like I live in a dream and sometimes people point it at me as a flaw...but why a flaw? Why not a virtue? Why should I ever "wake up"? Maybe I already did but want to pretend I didn't? Who knows? I, myself, am not even so sure about it, I'm too flexible, too open, too tolerant, too permissive of anything and with a much wider notion of "possible" than most people.

After all, it's all a matter of perspective......
I was already compared to an equation, from that point on, anything is possible.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Aquela paixão arrebatadora. Avassaladora. Que me tira tudo, que me deixa sem  nada. Que me deixa sem fome, sem sono, sem motivação, sem vontade de fazer mais nada sem ser viver a paixão no seu máximo. Que me faz pensar que é para sempre, que é mesmo desta, com esta pessoa quero mesmo casar e ter filhos, e quero que eles tenham os olhos dele. Que me faz cometer loucuras desmedidas. Que faz alucinar, levitar, transpirar, arrepiar. Que me provoca um ciúme e um sentimento de possessão incrível e quase doentio, que essa pessoa só pode ser minha da mesma forma que eu sou apenas dessa pessoa. Que me faz ter vontade de morrer se não estiver perto. Que dá vontade de morder a pessoa até me fartar. Que dá a sensação que nunca me vou fartar. Que só o perfume dessa pessoa me faz entrar em delírio, só o pensamento dá um friozinho e uma pressão na barriga. Que me faz sofrer e chorar até não haver mais lágrimas. Que a vida parece não ter sentido sem essa pessoa, e que mais valia morrer sem ela. Que podia morrer por ela.

Não é amor, está longe de ser amor. É paixão.

E eu sinto muito a falta de viver (de novo) algo assim. 

Parece-me que a vida tem um pouco menos de piada e picante sem isto.