Apresento-vos a minha cara amiga Distribuição Normal. Esta menina, dada pela função f(x), tem a forma de um sino, com uma média e um desvio-padrão estandardizados de 0 e 1, respectivamente.
A Lei dos Grandes Números diz-nos que tudo, no mundo, no universo e na natureza, tende a seguir esta distribuição. Isto é, se considerarmos que o eixo vertical se refere a uma dada característica - por exemplo, altura, peso, cor de cabelo - e o eixo horizontal diz respeito ao nº de indivíduos, na população, nos quais se observam estes valores destas características, temos que a grande maioria dos indivíduos - ou sujeitos, ou animais, ou moléculas, ou elementos do universo - se situa num espaço estandardizado de valores, espaço esse a que chamamos de Normal.
Ora, exploremos a questão um pouco mais a fundo. Na realidade, esta função diz-nos que o facto da maior parte dos indivíduos se situar num certo valor médio advém da Normalidade, ou seja, de ser
normal, ou de estar dentro dos parâmetros
normais. Porém, estou em crer que poderemos pensar nisto pelo prisma oposto: a Normalidade, em si, advém do facto da maior parte dos indivíduos corresponderem a um certo parâmetro de características.
Ou seja, a questão que se levanta, para reflexão, é: será que somos normais por correspondermos a um padrão de comportamentos e/ou características que é comum à grande maioria da população em que estamos inseridos? Ou... será que esses comportamentos e/ou características se tornaram normais apenas porque a grande maioria dos indivíduos está inserido nesse parâmetro? E se assim for, então seremos considerados não-normais se não observarmos esses parâmetros, aqueles que
toda a gente observa?
Fica a questão.
[Só coloco esta questão porque eu sempre achei muito subjectivo este conceito de normalidade. Porque tem de ser normal o que toda a gente faz? Detesto pensar como toda a gente pensa , ou fazer o que toda a gente faz, só porque é considerado...
Normal.]