Páro nos
semáforos, uma pressa invade-me para atravessar a estrada
Nada me
espera do outro lado, mas nada me prende deste: é por isso que quero ir.
Depressa,
rápido, continuar, mover, para a frente, para o mais próximo futuro.
A luz
vermelha nunca mais cai para verde. Os peões estão impacientes,
Os ciclistas
estão impacientes,
Os
condutores estão impacientes.
Não posso
deixar de pensar que, ainda que seja hora de ponta
E todas as
luzes da cidade me estejam a provocar uma maravilhosa sensação de bliss,
É tão
ridícula a forma como as pessoas se apressam.
Querem tudo
para hoje, para ontem se possível,
Vendem-se a
si mesmas à rapidez de uma forma absurda.
Um momento.
Apercebo-me de repente que me enquadro nestas “pessoas”.
E é assustador.
Os 2 minutos
em que permaneci no semáforo à espera que o mesmo caísse
Pareceram-me
meia-hora.
Mais ainda: o tempo de
uma vida inteira.
Pensei para
mim mesma que tenho de começar a apreciar estes pequenos momentos:
Esperar que
o semáforo caia para verde, no centro de Amesterdão.
O que por si
mesmo, é uma experiência.
Deixar de
estar sempre à espera. Ou sempre a correr.
À espera de
algo, à espera de alguém, à espera do dia.
Este dia foi o dia em que eu me tornei consciente do quão fundamental é: parar para pensar; parar e apreciar; parar e viver. Parar nem sempre é morrer.
1 comentário:
And that, is what I call, living.I try it everyday!
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