sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Capacidade de Adaptação.
A qualquer lugar, situação, pessoas
que nos rodeiam, a capacidade de adaptação é sempre uma virtude a
cultivar, e que eu sempre tento cultivar em mim. Mesmo quando penso
para mim mesma “quero tanto sair daqui” mas por alguma razão
tenho de ficar, então visto a pele da adaptação. Tolero, sou
paciente, sei aceitar, compreender, mesmo que uma situação ou
atitude ou conversa não me agrade particularmente. Muitos podem
dizer que sou falsa. Whatever, é que às vezes sou mesmo. E daí? Já
percebi que 80% das porcarias com as quais tenho de me deparar no
mundo real e na vida normal, são coisas que não me vão agradar,
mas que tenho de fingir que me agradam, por uma questão de adaptação
e sobrevivência. Acho um mito essa conversa do “fazer só o que se
gosta” e “apenas estar com as pessoas de quem se gosta”. É
mentira! Muitas vezes temos de fazer coisas que não gostamos e
aturar pessoas que gostamos ainda menos. E por ter percebido isto,
percebi que por vezes tenho de ser falsa; que nem sempre posso ser
fiel a mim mesma, ouvir o meu instinto e simplesmente sair, ir
embora, que às vezes tenho mesmo de contrariar isso e ficar lá. Não
porque eu seja uma pessoa muito exigente (se bem que com o tempo
tenho ficado cada vez mais, especialmente com as pessoas, e adoptado
o ditado “antes só que mal acompanhada”), mas porque é necessário
para sobrevivência. Daí que eu ache que a capacidade de adaptação
é um valor muito importante a praticar. É sempre uma mais-valia e
sempre me tem valido de muito. O que também tem o seu lado positivo:
quanto não se aprende, quanto não se cresce, quanto não se
surpreende, ao fazer coisas, adoptar certos comportamentos porque a
situação assim o exige, ou forçar a barra com uma conversa com uma
pessoa que não nos interessa? Quanto eu já não me deparei com
pessoas que, afinal, me surpreenderam, porque fui paciente e
tolerante e acabei por perceber que também elas, têm algo a
ensinar-me. Quantas vezes, em culturas diferentes e pessoas tão
diferentes que chocavam entre si, eu não retirei o que de melhor
essa situação tinha para me dar, em vez de ficar só a queixar-me;
sendo tolerante e retirando apenas aquilo que me interessava, ou o que
achava que era melhor para mim naquele momento, cultivando a
paciência e a capacidade de adaptação. Nunca me esqueço que,
apesar de ter as minhas próprias ideias, sólidas e firmes, sou um
ser em construção e ainda tenho muito que aprender. Descobri que
forçar-nos a viver coisas que não queremos, que não nos agrada,
pode ser uma fonte preciosa de aprendizagem e descoberta.
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1 comentário:
Não podia concordar mais com a última frase e toda a gente que estude Psicologia sabe que a adaptação é uma questão essencial para a sobrevivência. Assim sendo, o seres falsa, como dizes, como acabamos por ser, não é mais que um mecanismo de adaptação. É interessante pensar desta forma :)
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